terça-feira, 17 de setembro de 2013
domingo, 2 de junho de 2013
0051 - Oito anos depois...
... da entrega de originais foi publicado o estudo monográfico realizado para o Bloco 5 do plano de minimização da construção da barragem de Alqueva, intervenção da ERA Arqueologia. Tarde, mas saiu (como estão a sair as publicações de vários outros blocos). E isso merece aplauso, tanto mais que esta é uma prática não generalizada aos processos de minimização. O que se percebe mal. Porque razão grandes projectos, como auto-estradas por exemplo, não foram igualmente condicionados à publicação dos resultados dos trabalhos de minimização? Repito: percebe-se mal. Entretanto, esperamos para breve a publicação dos Blocos 9 e 10 do mesmo processo de mitigação, igualmente intervencionados pela ERA.
sábado, 4 de maio de 2013
050 - Investigação de práticas funerárias no NIA
Estrutura com deposições de restos de cremações (Perdigões, Serctor Q)
A investigação das práticas
funerárias na Pré-História Recente é uma temática central da actividade do NIA.
Participando em dois projectos FCT em curso dedicados a esta temática, foi
organizador de um colóquio internacional em Novembro passado na Fundação
Calouste Gulbenkian dedicado a esta temática, interveio no colóquio anual da
ERA com uma comunicação sobre o recinto (funerário) de Bela Vista 5 e recentemente
esteve presente, com comunicação e posters em parceria com o CIAS, no IIº
Congresso Internacional sobre Arqueologia de Transição: O Mundo Funerário
realizado na Universidade de Évora.
O próximo passo neste percurso
será no próximo dia 11 de Maio em Abrantes, no encontro “A morte protegida.
Discursos arqueográficos e discursos mentais. Modalidades funerárias na
Pré-História Recente”, com a comunicação : "Arqueologia da morte da Pré-História Recente no interior alentejano: como uma revolução empírica também depende de uma revolução teórica." por António Carlos Valera.
Resumo:
"O interior alentejano tem assistido nos últimos anos, e
no que à Pré-História Recente diz respeito, a uma catadupa de nova e importante
informação, a qual tenho vindo a apelidar de revolução empírica, dada a
transformação que implica nos conhecimentos prévios para a região. Os contextos
funerários têm participado dessa dinâmica e a visão das práticas funerárias, do
Neolítico à Idade do Bronze, tem-se alterado significativamente. Porém, a
descoberta de todo este manancial de novos dados reclama por novas posturas
teóricas, na medida em que a aquisição de dados e a sua valorização não são
feitos num quadro de "tábua raza" ou de neutralidade teórica, mas sim
enquadrados por matrizes conceptuais e questionários de construção teórica, que
interferem na percepção desses dados e sem os quais muitos deles nem sequer se
constituem como tal.
Nesta comunicação, sublinhando as principais alterações que se têm
produzido no registo arqueológico de contextos funerários no interior
alentejano no período em questão, apresentarei alguns dos reposicionamentos
teóricos que considero fundamentais para uma abordagem consequente às
problemáticas destas práticas funerárias."
sexta-feira, 29 de março de 2013
049 - Uma janela de oportunidades
No passado fim-de-semana
decorreu mais uma Assembleia-geral da APA - Associação Profissional de Arqueólogos. O desenrolar dos
trabalhos faz-me acreditar que se reuniram condições mínimas para um reactivar
da associação. Em síntese:
- por manifesta
irregularidade na sua forma de apresentação, foi retirada a candidatura da
única lista que se apresentou às eleições;
– sem candidatos, foi adiado o processo
eleitoral e novas eleições deverão ser agendadas para o Verão;
– foi aprovado um "perdão"
parcial da dívida dos cerca de 350 associados actualmente suspensos (95% dos
sócios).
Estes factos e o próprio
ambiente vivido na Assembleia-geral, em que se assumiram de frente os problemas
actuais, criaram uma janela de oportunidades para o (re)abrir do diálogo entre a
APA e os arqueólogos, independentemente da sua condição de associados.
Para que a associação desempenhe
a sua função junto dos arqueólogos, será fundamental implementar uma ambiciosa
estratégia de comunicação que permita, por um lado, demonstrar aos associados
suspensos que vale a pena regressar à vida associativa, e por outro, que
possibilite a entrada de novos sócios. Sob este aspecto, é de destacar a
aprovação na Assembleia-geral de uma campanha de angariação de novos
associados, assente em vantagens garantidas durante o ano de 2013 pela forte
redução de custos de inscrição.
É evidente que continuo a
acreditar que a minha proposta de “perdão” total das dívidas acumuladas seria a
mais simples, pragmática e capaz de assegurar aquilo que julgo ser pretendido
por quase todos, ou seja, o retorno dos sócios e a emergência de uma renovada
dinâmica interna. A mera aprovação de uma anulação parcial das dívidas pode não ajudar...veremos.
Infelizmente, dado que a actual equipa
directiva não parece reunir condições para estabelecer pontes eficazes de
diálogo com os associados, penso que o futuro da APA passa fundamentalmente
pela capacidade de análise, discussão e acção que grupos de sócios venham a
demonstrar ter. Seria muito vantajoso que, dessa desejada dinâmica, surgissem
diversas correntes de opinião que convergissem em mais do que uma candidatura a
apresentar às próximas eleições.
Independentemente de tudo, na base do futuro da
associação estará sempre uma pergunta que tem que ser respondida: porque vale a
pena apostar na APA?
sexta-feira, 22 de março de 2013
048 - Para uma sobrevivência útil da APA
Antes de mais tenho as
quotas da APA em dia e, como sócio de pleno direito, irei estar presente na
próxima Assembleia-geral da associação, procurando dar o meu contributo
construtivo.
A sobrevivência da APA
está em causa e o seu esvaziamento é da responsabilidade de todos os sócios. Não
nos pudemos conformar com a situação de há muitos anos: uma entidade sem
visibilidade, sem acção e sem ligação aos arqueólogos. A APA tem que funcionar e não podemos perder
mais tempo com discussões inúteis sobre as razões que motivaram cada sócio a
manter uma efectiva relação com a associação. Agora é urgente assumir que
estamos no limite e que devemos ter a
coragem de trilhar um caminho consequente que rompa com o triste
situacionismo em que estamos mergulhados. Para isso, é vital falar de directamente
aos sócios começando por divulgar dados e números concretos sobre aspectos como
a percentagem de sócios que estão suspensos (95%?), assumindo o valor concretos
da dívida acumulada pelo não pagamento de quotas (€140.000,00??!!) e colocando
na base da estratégia de acção a criação de condições mínimas para um eventual
retorno daqueles que há mais ou menos tempo estão afastados.
Infelizmente, ao
contrário do mencionado por António Silva em comentário à anterior entrada deste Blog, não existe uma “tão
grande massa de sócios que queiram agora que lhes seja devolvida a APA”. Provavelmente
essa é hoje uma questão que passa completamente ao lado de 99% dos arqueólogos portugueses.
No entanto, porque acredito que uma instituição como a APA pode ser útil à
profissão, não posso deixar de tentar encontrar soluções efectivas para mudar o
estado das coisas, ou seja, para demonstrar ao maior número possível de
arqueólogos que vale a pena participar na valorização e afirmação da associação
que já existe. Daí o meu contributo materializado numa proposta a submeter à Assembleia-geral
de amanhã, na qual lutarei para que nada de ilegal se passe. Sei que os poucos
que lá estarão e os pouquíssimos que poderão votar partilham desta minha
opinião.
quarta-feira, 20 de março de 2013
047 - A APA e o futuro dos arqueólogos
Aproxima-se a próxima Assembleia Geral da APA – Associação Profissional de Arqueólogos. O actual estado das coisas é grave, assistindo-se a uma paralisia total da vida associativa. Sem dados oficiais, estima-se que 95% (?) dos sócios da APA tenham a sua inscrição suspensa por falta de pagamento de quotas. A dívida dos sócios à associação é gigantesca e, obviamente, nunca será paga. Porquê? Porque o dinheiro é algo de preciosos e já (quase) ninguém acredita na APA. Ou seja, ninguém vai pagar por algo em que não se revê e em cujo futuro não acredita; para quase todos, a APA é hoje um projecto totalmente inexistente ou irrelevante para a sua vida profissional. Se por um lado os sócios estão divorciados da APA, por outro a actual direcção foi incapaz de alterar a situação. E disso deve ser responsabilizada.
No entanto, a APA pode e deve continuar a existir porque o seu projecto continua
a ser válido ao serviço da ética profissional, da difusão e incremento das
boas-práticas profissionais, como voz efectivamente representativa da maioria
dos profissionais junto da sociedade e das entidades tutelares do património
arqueológico; enfim, como actor principal na dignificação e afirmação social da
profissão de arqueólogo.
Para além de intenções, é fundamental agir para a mudança. Podemos fazê-lo;
podemos inverter a actual situação de pré-falência da APA. Como? Com uma
estratégia que devolva a APA aos associados, a todos os associados, e crie
condições para a inscrição de novos arqueólogos. Tal estratégia deverá ter como
ponto de partida a anulação das dívidas dos sócios e a criação de
possibilidades, se assim o entenderem, para o seu regresso à vida associativa. Esta
opção deve ser assumida de forma muito realista por aqueles (poucos) que têm
pago as quotas e que, consequentemente, podem votar esta decisão. Pensar que
estes serão prejudicados corresponde a uma bizantinice.
A anulação das dívidas deverá ser complementada por uma dinâmica pré-eleitoral
assente em projectos e candidatos alternativos a eleger. O que pressupõe que as
eleições do próximo sábado não se realizem...
O momento actual é verdadeiramente de risco. A APA está no limite da sua
sobrevivência e é impensável imaginar a sua persistência como instituição
representativa de um escasso número de profissionais. Assumir tal possibilidade
corresponde ao desvirtuar o projecto da associação, à sua eventual extinção e ao
abrir caminho para o aparecimento de instituições alternativas à APA.
Os escassos sócios, entre os quais me incluo, que na próxima Assembleia
Geral terão de tomar decisões deverão assumir as suas responsabilidades de
forma corajosa e com a humildade inerente a quem se projecta num futuro
diferente do actual situacionismo. Com bom senso, a APA pode voltar a reunir os arqueólogos portugueses em torno de grandes ideias e objectivos comuns.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
046 - Um prémio para o relançar da APA
Ainda em relação à
questão do futuro da APA – Associação Profissional de Arqueólogos, é curioso o
comentário publicado no Facebook pelo seu vice-presidente, a propósito do não
pagamento de quotas por parte de associados: “Quem acredita na APA pagou
as quotas de forma a poder exercer e usufruir de todos os seus direitos.” O problema é precisamente esse: já são poucos,
demasiadamente poucos, os que ainda acreditam na associação.
Face à actual situação, como
proceder? Concordar que a razão está com aqueles que pagam e portanto com
aqueles que acreditam na actual APA? Sendo tão poucos (10, 15, 20 para um
universo de perto de 400 associados...os dados não estão divulgados...), será
que a esmagadora maioria dos sócios é totalmente inconsciente?
Penso que a actual
direcção da APA assenta a sua acção e intenção de recandidatura a um futuro
mandato numa deficiente análise da realidade e numa incapacidade de proceder a
uma auto-crítica minimamente objectiva. A progressiva desmobilização dos membros
da APA e a ausência de novos associados parece demonstrar uma profunda falta de
empatia entre os seus corpos sociais, os restantes membros da associação e os
arqueólogos em geral. Por isso mesmo, é questionável que aqueles que já não
pagam quotas e se afastaram da vida associativa sejam recriminados. É que pertencer
à APA não é uma questão de fé, sendo antes uma opção assente numa convicção e
em expectativas de resultados úteis que não foram, de todo, alcançados pela actual
direcção. Por isso, não considero pertinente que os sócios que (ainda) não desistiram e
que têm continuado a pagar as suas quotas devam ser recompensados pelo seu
esforço, muito menos sendo isentados de quotas durante alguns anos, como alguns já sugeriram.
Este é o tempo de viabilizar o retorno das centenas de membros que deixaram de acreditar. Esse eventual regresso será a única e merecida recompensa para aqueles que mantiveram a APA viva. A partir desse ponto, poderá começar o verdadeiro trabalho assente em ideias inovadoras.
Este é o tempo de viabilizar o retorno das centenas de membros que deixaram de acreditar. Esse eventual regresso será a única e merecida recompensa para aqueles que mantiveram a APA viva. A partir desse ponto, poderá começar o verdadeiro trabalho assente em ideias inovadoras.
Nota final: até ao dia da próxima
Assembleia Geral irei pagar as quotas que tenho em atraso.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
045 - O fim da APA é inevitável?
Após três anos de um mandato manifestamente infeliz a APA
vai reunir em Assembleia Geral, convocada para eleger novos corpos sociais. A
reunião, a decorrer no final de Março, corre o sério risco de fazer juntar menos
de uma dezena dos cerca de quatrocentos associados. Perante isto, é evidente
que a APA, depois de um lento definhar ao longo de vários anos, está agora à
beira do fim. Como arqueólogo e como responsável da ERA Arqueologia, considero que
a situação é muito preocupante.
Face à necessidade estratégica de agir e de procurar
mobilizar os arqueólogos em torno de causas fundamentais para o incremento da
profissão e respectiva afirmação social, a actual direcção mais não fez do que
assistir impávida e serenamente ao esvaziar da missão da APA e à debandada
quase total dos seus associados. É provável que hoje, por terem as quotas em
dia, apenas vinte sócios estejam em condições de votar. A mudança é quase
impossível.
Mas, porque será que já quase ninguém paga as quotas? A
resposta é simples: porque já quase ninguém acredita na APA. A motivação é
nula, a descrença parece irreversível e poucos acreditam no pagamento das dívidas em atraso.
Será definitivo este afastamento da esmagadora maioria dos sócios?
Em contraponto ao actual sistema em que os arqueólogos são regulados
e controlados pela tutela ou pelas entidades empregadoras, acredito num modelo
assente na auto-regulação dos profissionais. Por isso, considero fundamental a efectiva
reactivação da APA. Em benefício dos arqueólogos e do nosso património arqueológico.
Mas, como reabilitar a APA? Como se explica o silêncio da
actual direcção face ao aproximar das eleições? Que justifica a sua falta de
vontade em motivar os associados a participarem no acto eleitoral, nomeadamente
através da discussão de ideias e projectos?
Para acreditar que uma mudança ainda é possível na APA,
proponho um roteiro simples:
1 – que nenhuma candidatura seja agora apresentada uma vez
que nas actuais circunstâncias qualquer eleição estará ferida de morte pela sua
escassa representatividade;
2 – que seja aprovado, já na próxima Assembleia Geral, um
perdão generalizado das dívidas acumuladas pelos sócios, criando-se condições
para o seu regresso a uma plena participação na vida associativa;
3 – adiamento das eleições para futura Assembleia Geral e
mobilização dos sócios em torno de ideias e projectos alternativos que possam
ir a votos.
O perdão das dívidas é uma solução milagrosa para o relançamento
da APA? Não. A solução está na participação dos sócios, de muitos sócios, nas
suas ideias e na sua capacidade de agir. Perante a óbvia incapacidade e falta
de vontade da generalidade dos sócios em pagar as quotas em atraso, esta parece-me
a única alternativa que ainda poderá viabilizar o regresso dos associados ao
palco da acção. Se tal não acontecer e se os arqueólogos não agarrarem tal
oportunidade, deverá ser frontalmente assumida a falência da APA.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Cabeça de Auroque encontrada no Monte do Carrascal 2
Escavação em laboratório de parte da cabeça de um auroque (bovino selvagem de grande porte, já extinto) recolhido na ocupação mesolítica do sítio do Carrascal 2 (trabalho em curso, da responsabilidade do NIA, realizado no âmbito de um projecto de investigação da FCT)
domingo, 10 de fevereiro de 2013
043 - Dois elos da cadeia arqueológica: empresas e universidades
A esmagadora maioria dos projectos de Arqueologia realizados em Portugal são concretizados por empresas e são estas que gerem aquela que é, de longe, a mais significativa fatia de financiamento anual aplicado nesta área.
Este paradigma foi criado pela nossa sociedade de
fundamentos essencialmente capitalistas e liberais. A estrutura do Património arqueológico
em que nos movemos assenta num Estado licenciador e fiscalizador. A quase total
incapacidade de investimento público nesta área deixa aos promotores de
empreendimentos e a título indemnizatório o encargo de investir em Património:
quem afecta, paga.
A tese poderia ser pacífica se os investimentos realizados
de acordo com este modelo fossem consequentes e reprodutivos, ou seja, se
fossem geradores de conhecimento, se contribuíssem para a salvaguarda do
Património, se promovessem valores de civismo e se estimulassem o usufruto do
Património pelos cidadãos. Infelizmente, na maior parte dos casos os projectos
concretizados não decorrem com a necessária qualidade e a sua visibilidade para
o exterior é nula. Dessa forma, muitos são os casos em que o investimento é
realizado apenas para garantir um “papel” para que determinadas obras avancem.
O êxito de uma Arqueologia efectivamente Pública implica a
criação de pontes entre os que a concretizam, aqueles que a pagam e os que lhe
dão continuidade. É aqui que surge a articulação entre empresas e
universidades. Para ampliar as possibilidades de gerar conhecimento a partir dos
investimentos realizados, as universidades e as empresas da área da Arqueologia
devem trabalhar em conjunto porque são elos de uma cadeia que liga os vestígios
do passado com os cidadãos de hoje e do futuro. O ritmo de descoberta e de
escavação de tantos e tantos sítios arqueológicos absolutamente relevantes implica
uma forte responsabilidade, devendo empresas e universidades actuar de maneira
a potenciar os recursos de criação de conhecimento que encerram os vestígios do
passado.
O Colóquio da ERA, a realizar no próximo fim-de-semana,
assenta numa saudável parceria com a Universidade Nova de Lisboa. Colaborar
pode não ser fácil porque implica que nos descentremos sempre um pouco do nosso
próprio foco. Mas aqueles que tiverem a Visão mais ampla e se dispuserem a alargar
os seus horizontes terão mais hipóteses de cumprir a sua obrigação para com a
sociedade e para com o nosso Património colectivo. Colaborando, empresas e
universidades podem crescer, melhorar o seu desempenho e contribuir para a
sociabilização da disciplina.
sábado, 12 de janeiro de 2013
042 - Os perigos da desinformação
A Internet é uma notável aquisição para a comunicação e partilha de informação. Mas, como todas as ferramentas, não está imune à má utilização, No caso que relato, chega a ser hilariante a "caldeirada" noticiada a propósito da descoberta do recinto de Xancra e que poderão consultar aqui: http://www.viafanzine.jor.br/site_vf/pag/1/arqueologia01.htm
Apenas algumas notas:
1 - Começa pelo título: "descoberta de uma xancra". Aparentemente não perceberam que Xancra é o nome do sítio e não de um tipo de sítio, o qual chegam a definir : "A imagem dessa nova Xancra – palavra que designa um sítio arqueológico ainda não escavado e aparentemente em notáveis condições de preservação (...)"
2- Logo por baixo aparece a imagem do meu colega Rui Boaventura, que nada tem a ver com o caso, e que documenta a sua descoberta, acompanhado pela descendência, de um ídolo no sítio de Pombal, bem distante de Xancra. Acontece que essa imagem foi publicada no mesmo número da revista Apontamentos de Arqueologia e Património em que foi publicado o artigo sobre a geofísica de Xancra.
3 - Depois publica-se uma nova imagem, legendada como sendo de Xancra e referindo um fosso cheio de materiais calcolíticos, mas que corresponde a um dos hipogeus escavados pela ERA no Porto Torrão.
E no fim disto tudo remete-se o leitor para a Apontamentos.
Faltam as palavras para classificar este tipo de situações, as quais, contudo, servem para que os utilizadores acríticos da net, nomeadamente estudantes, ganhem consciência que a "crítica das fontes" não se aplica apenas aos documentos em pergaminho ou papel. A internet é uma ferramenta notável, que potenciou tudo. O bom e o mau.
Apenas algumas notas:
1 - Começa pelo título: "descoberta de uma xancra". Aparentemente não perceberam que Xancra é o nome do sítio e não de um tipo de sítio, o qual chegam a definir : "A imagem dessa nova Xancra – palavra que designa um sítio arqueológico ainda não escavado e aparentemente em notáveis condições de preservação (...)"
2- Logo por baixo aparece a imagem do meu colega Rui Boaventura, que nada tem a ver com o caso, e que documenta a sua descoberta, acompanhado pela descendência, de um ídolo no sítio de Pombal, bem distante de Xancra. Acontece que essa imagem foi publicada no mesmo número da revista Apontamentos de Arqueologia e Património em que foi publicado o artigo sobre a geofísica de Xancra.
3 - Depois publica-se uma nova imagem, legendada como sendo de Xancra e referindo um fosso cheio de materiais calcolíticos, mas que corresponde a um dos hipogeus escavados pela ERA no Porto Torrão.
E no fim disto tudo remete-se o leitor para a Apontamentos.
Faltam as palavras para classificar este tipo de situações, as quais, contudo, servem para que os utilizadores acríticos da net, nomeadamente estudantes, ganhem consciência que a "crítica das fontes" não se aplica apenas aos documentos em pergaminho ou papel. A internet é uma ferramenta notável, que potenciou tudo. O bom e o mau.
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