A ERA assumiu, desde a sua fundação, um forte compromisso com a
investigação científica nas áreas da Arqueologia e do Património. Ao longo de
dezassete anos é inegável que os resultados obtidos são relevantes, quer em
termos de produção e difusão de conhecimento, quer em termos de formação e incremento
das competências dos colaboradores da empresa.
A nossa estratégia de actuação no mercado tem sempre procurado
privilegiar os valores da qualidade e da inovação. Não tem sido fácil, muito
pelo contrário. A nossa área é pouco relevante socialmente e os níveis de
exigência do mercado e das entidades tutelares não são elevados.
O forte investimento sistematicamente realizado em investigação, essencialmente
assente em capitais próprios, tem tido um retorno pouco significativo do ponto
de vista financeiro, continuando a administração da ERA a assumir esta aposta
numa perspectiva de muito longo prazo. Apesar de algumas vantagens competitivas
que dele têm resultado, reconhecemos que a estratégia prosseguida vinca uma
postura mais condizente com entidades sem fins lucrativos. Perante o arrastar da
actual crise, este modelo é cada vez mais difícil de sustentar.
Independentemente de eventuais apoios do Estado ao financiamento
de projectos específicos e à formação avançada dos técnicos da empresa,
essencial à obtenção de resultados inovadores e ao alargamento de competências
internas, penso que a ERA deverá continuará a investir em investigação
científica porque sem ela não será cumprido o seu propósito social, nem tão
pouco será verdadeiramente útil aos seus clientes. Por isso, apesar das
dificuldades, a visão de futuro da ERA implica a renovação desta aposta
em que toda a estrutura da empresa deverá, quanto a mim, continuar a
estar implicada. É uma questão de identidade, de ADN e de convicção num
projecto que procura sempre a produção e difusão de conhecimento tal como a
plena activação social e económica da Arqueologia e do Património.