No passado fim-de-semana
decorreu mais uma Assembleia-geral da APA - Associação Profissional de Arqueólogos. O desenrolar dos
trabalhos faz-me acreditar que se reuniram condições mínimas para um reactivar
da associação. Em síntese:
- por manifesta
irregularidade na sua forma de apresentação, foi retirada a candidatura da
única lista que se apresentou às eleições;
– sem candidatos, foi adiado o processo
eleitoral e novas eleições deverão ser agendadas para o Verão;
– foi aprovado um "perdão"
parcial da dívida dos cerca de 350 associados actualmente suspensos (95% dos
sócios).
Estes factos e o próprio
ambiente vivido na Assembleia-geral, em que se assumiram de frente os problemas
actuais, criaram uma janela de oportunidades para o (re)abrir do diálogo entre a
APA e os arqueólogos, independentemente da sua condição de associados.
Para que a associação desempenhe
a sua função junto dos arqueólogos, será fundamental implementar uma ambiciosa
estratégia de comunicação que permita, por um lado, demonstrar aos associados
suspensos que vale a pena regressar à vida associativa, e por outro, que
possibilite a entrada de novos sócios. Sob este aspecto, é de destacar a
aprovação na Assembleia-geral de uma campanha de angariação de novos
associados, assente em vantagens garantidas durante o ano de 2013 pela forte
redução de custos de inscrição.
É evidente que continuo a
acreditar que a minha proposta de “perdão” total das dívidas acumuladas seria a
mais simples, pragmática e capaz de assegurar aquilo que julgo ser pretendido
por quase todos, ou seja, o retorno dos sócios e a emergência de uma renovada
dinâmica interna. A mera aprovação de uma anulação parcial das dívidas pode não ajudar...veremos.
Infelizmente, dado que a actual equipa
directiva não parece reunir condições para estabelecer pontes eficazes de
diálogo com os associados, penso que o futuro da APA passa fundamentalmente
pela capacidade de análise, discussão e acção que grupos de sócios venham a
demonstrar ter. Seria muito vantajoso que, dessa desejada dinâmica, surgissem
diversas correntes de opinião que convergissem em mais do que uma candidatura a
apresentar às próximas eleições.
Independentemente de tudo, na base do futuro da
associação estará sempre uma pergunta que tem que ser respondida: porque vale a
pena apostar na APA?