Estrutura com deposições de restos de cremações (Perdigões, Serctor Q)
A investigação das práticas
funerárias na Pré-História Recente é uma temática central da actividade do NIA.
Participando em dois projectos FCT em curso dedicados a esta temática, foi
organizador de um colóquio internacional em Novembro passado na Fundação
Calouste Gulbenkian dedicado a esta temática, interveio no colóquio anual da
ERA com uma comunicação sobre o recinto (funerário) de Bela Vista 5 e recentemente
esteve presente, com comunicação e posters em parceria com o CIAS, no IIº
Congresso Internacional sobre Arqueologia de Transição: O Mundo Funerário
realizado na Universidade de Évora.
O próximo passo neste percurso
será no próximo dia 11 de Maio em Abrantes, no encontro “A morte protegida.
Discursos arqueográficos e discursos mentais. Modalidades funerárias na
Pré-História Recente”, com a comunicação : "Arqueologia da morte da Pré-História Recente no interior alentejano: como uma revolução empírica também depende de uma revolução teórica." por António Carlos Valera.
Resumo:
"O interior alentejano tem assistido nos últimos anos, e
no que à Pré-História Recente diz respeito, a uma catadupa de nova e importante
informação, a qual tenho vindo a apelidar de revolução empírica, dada a
transformação que implica nos conhecimentos prévios para a região. Os contextos
funerários têm participado dessa dinâmica e a visão das práticas funerárias, do
Neolítico à Idade do Bronze, tem-se alterado significativamente. Porém, a
descoberta de todo este manancial de novos dados reclama por novas posturas
teóricas, na medida em que a aquisição de dados e a sua valorização não são
feitos num quadro de "tábua raza" ou de neutralidade teórica, mas sim
enquadrados por matrizes conceptuais e questionários de construção teórica, que
interferem na percepção desses dados e sem os quais muitos deles nem sequer se
constituem como tal.
Nesta comunicação, sublinhando as principais alterações que se têm
produzido no registo arqueológico de contextos funerários no interior
alentejano no período em questão, apresentarei alguns dos reposicionamentos
teóricos que considero fundamentais para uma abordagem consequente às
problemáticas destas práticas funerárias."