domingo, 18 de novembro de 2012

041 - Para uma Arqueologia Social


 
 
Apesar da esmagadora maioria da Arqueologia contemporânea acontecer a “reboque” de grandes obras, não devemos esquecer que ela prossegue objectivos específicos relacionados com processos educacionais, de produção de conhecimento e de salvaguarda patrimonial.

Mais de quinze anos passados desde a emergência em Portugal de uma Arqueologia verdadeiramente profissional, continua a ser inaceitável a ausência de legislação específica sobre a sua sociabilização. Entretanto, ocorreram enormes projectos de obras abrangendo vastos territórios. De entre eles, destacam-se os casos da Barragem do Alqueva e as inúmeras auto-estradas que rasgaram o país, de norte a sul. O que sabem as populações sobre os milhares de sítios arqueológicos escavados e estudados? Que repercussões sociais ocorreram? Quantos casos implicaram articulação com escolas? Não tenhamos dúvidas: activar o Património passa por alterar mentalidades, interagir com populações e estimular os envolvidos na decisão e implementação de obras. No entanto, sem vontade política e legislação orientadora de objectivos a atingir, será difícil aos que ensaiam experiências por conta própria, atingir uma efectiva alteração da realidade.

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