Os vazios espaciais existentes
nos mapas de distribuição das ocupações humanas resultam em grande parte de um
profundo desconhecimento do território, mas também da falta de sensibilidade e
problematização dos contextos. De vez em quando surgem novidades, deixadas como
impressões digitais no terreno, que nos deixam perplexos com a dinâmica da
passagem humana por determinadas áreas geográficas.
A imagem, acima exposta, ilustra
uma dessas novidades, que, não sendo à partida totalmente desconhecida, foi
votada ao esquecimento durante décadas, talvez em parte, pelo aparecimento
massivo de contextos de estruturas negativas que povoam a vasta planície
alentejana. Mas não nos iludamos, o território em que trabalhamos não é
estanque no espaço e no tempo, antes sofreu uma série de processos dinâmicos
que lhe alteraram a face, até ao produto que hoje conhecemos.
É com a perspectiva de melhor
conhecer o território antigo e os indivíduos que sobre ele caminharam, que se
começa a lançar bases para um projecto de estudo. A partir de agora, certamente
existirá uma maior atenção para o legado que os primeiros grupos de
caçadores-recolectores nos deixaram nas margens do Guadiana.
Andreia Pinto
Tiago do Pereiro
João Pedro Cunha-Ribeiro
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