terça-feira, 3 de janeiro de 2012

0005 - Vantagens competitivas?



Não acredito que a única vantagem competitiva das empresas, nomeadamente no mercado da Arqueologia, seja o preço. Existem muitas mais e, assim de repente, lembro-me das seguintes:
  • a forma como se orientam em função dos interesses dos clientes, assegurando o cumprimento da legislação e prosseguindo boas práticas em vigor na nossa área;
  • a criatividade que colocam na definição e na aplicação das mais adequadas soluções que assegurem o maior rigor técnico e científico possível;
  • a reputação de que alguns dispõem junto dos clientes, da tutela e do meio científico;
  • os recursos humanos (as pessoas qualificadas são uma grande vantagem!) e logísticos que permitem uma adequada mobilização de recursos e uma execução mais profissional dos projectos;
  • uma boa capacidade de gestão de projectos que permita assegurar a clientes que a Arqueologia é uma área de actuação isenta dos enormes imponderáveis em que tantas vezes se escudam os maus profissionais.
Mal estão aqueles que resumem tudo ao preço. Mostram falta de profissionalismo, escassa criatividade, nula capacidade de actuação comercial, conformismo técnico-científico e desrespeito pelas possibilidades oferecidas pela progressão individual e profissional dos arqueólogos em geral.

A tendência para baixos preços na prestação de serviços de Arqueologia em Portugal não é, em si mesmo, uma causa. É, antes de mais, consequência de insuficiências dos profissionais (de todos os enquadramentos institucionais, sem excepção, e não apenas dos que estão nas empresas) que tendem a desvalorizar as suas próprias capacidades (quando as têm), entre as quais as de comunicação com não arqueólogos. Se aquilo que se compra em Arqueologia fossem produtos sem distinção possível, o que não sucede, quem os coloca no mercado deveria ser sempre criativo na busca de outras vantagens competitivas, para além do preço. E, apesar do ambiente lamurieno, são vários os casos em que clientes optam por opções mais caras em termos de valor porque entendem que o preço final a pagar é resultado de diversos factores.

O ano de 2012 será um bom barómetro em relação a tudo isto.

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