Aqui fica o resumo:
"As abordagens à dimensão religiosa das comunidades pré-históricas são tão antigas como a própria Arqueologia. Deste o início que manifestações “artísticas” foram relacionadas com sistemas mágico-religiosos e utilizadas inclusivamente como critério de definição da humanidade moderna.
Com
frequência, expressões “artísticas”, práticas funerárias e arquitecturas
pré-históricas são entendidas como elementos simbólicos que operam num contexto
ideológico de forte pendor religioso. No caso concreto do Neolítico, essas
manifestações são tradicionalmente vistas como uma adaptação da superestrutura
ideológica a uma transformação económica e social promovida pela afirmação da
economia produtora, que simultaneamente traduz e viabiliza. Descobertas
recentes, porém, documentam a anterioridade de grandes construções de cariz
simbólico relativamente ao advento agrícola, revelando o poder motivador das
cosmogonias.
Em
Portugal, e no que ao Neolítico respeita (entendido num sentido amplo), a
temática da religiosidade tem sido pouco pensada e debatida, raramente saindo
das ideias há muito feitas (e pouco consubstanciadas).
Procurando
renovar o debate, esta comunicação, mais que descrever um eventual sistema de
crenças pré-histórico, abordará um conjunto de manifestações e práticas sociais
neolíticas que remetem para enquadramentos cosmogónicos e sagrados, os quais
permitem discutir a existência ou não de uma religião com corpo doutrinário e
normativos bem definidos e diferenciados no período e a questão da relação
entre formas de pensamento animista e religioso."
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