terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

056 A ocupação rural islâmica no Baixo-Alentejo: os materiais do sítio de Funchais 6 (Beringel)

Muito se tem debatido a pertinência do estreitamento da relação entre a universidade e o meio empresarial e do aumento do fluxo de know-how entre ambas as partes, tentando a máxima rentabilização de recursos e investimento a longo prazo na produção científica. Em arqueologia, o problema é gritante, sendo ainda insuficiente este tipo de cooperações. Atente-se nas reservas de materiais à beira ou mesmo no limite das suas capacidades. A maior parte dos materiais provem de trabalhos de minimização ou escavações de emergência e não serão submetidos a estudos mais aprofundados do que aqueles que a lei exige para a produção de relatórios. Com tanta matéria-prima disponível é de estranhar que tão poucos trabalhos académicos incidam precisamente sobre estes conjuntos.
      Desde a sua criação, o NIA defende a necessidade do estabelecimento de colaborações sistemáticas com a academia, no sentido de potenciar a produção de conhecimento científico, no seguimento dos trabalhos empreendidos pela Era. O exemplo mais recente do sucesso desta política interna surge sob a forma de uma dissertação de mestrado, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa: A ocupação rural islâmica no Baixo-Alentejo – materiais do sítio dos Funchais 6 (Beringel). Este trabalho, da autoria de Alberto Cardoso, vem então acrescentar novos dados ruralização do território durante a ocupação islâmica, tendo o estudo incidido sobre os materiais cerâmicos recolhidos no âmbito de diversas estruturas negativas identificadas em Funchais 6, as análises tipológica e tecnológica permitiram determinar que a ocupação do sítio teria decorrido entre os séculos X e XII.

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